ANTÓNIO TELMO: OS NÚMEROS, OS NOMES E OS NUMES
«Dividindo bem o Logos – distribuindo-o bem pelas tuas
entranhas.»
Empédocles
I
Seguindo e segundo santelmo António Telmo, eis aqui, e eis agora, as
«Congeminações de um Neopitagórico», pois a Sabedoria tudo dispôs com número, o
peso e a medida, e «Deus geometriza» segundo Platão. Pois cada Nume é um
número, e cada número é um nome. Nos abeiramos, em sacral, sagrado esquisso, da
Simbologia, da Súmula, da Suma que nos dá o velho Pitágoras. António Telmo ou,
então, o Tomé Natanael, António Telmo, na Ágora, o áugure pítico. Que se
entregava, de feito, às Artes divinas, ou Divinatórias. E aqui surge, dessarte,
a pergunta: qual o escopo, e a escola, deste nosso «Bateleur»??? E em crítica
acribia, eis o responso e a resposta: adentro do culto, e Cultura Portuguesa,
adunar os Hebraicos ao Livro de Thoth. Quero eu dizer, educar e eduzir: enlaçar
a Kabbalah com a Letra de Hermes. Filho de Júpiter e Maia, o deus Hermes, o
Mercúrio, o Hermes Trismegisto, o deus que aos homens deu as palavras, as
letras, os nomes e os Numes. Pois a serpente mercurial, ela é superna, e
superior, ao cifrão comercial. Ela é música, o Museu, e Templo das Musas.
Unindo entanto, e ligando, o Céu com a terra; eis o seu mágico, ou ático,
laboratório. Queremos assertar: aqui hermética hermenêutica, o iniciático labor
e a Cruz tornada espada. Se tudo é uno, portanto, então tudo está em tudo. E a
Kabbalah é o sabor, a Kabbalah é o saber que importa desvelar. As Letras
actuantes, as Letras activas como o Sol e as estrelas. Pois, na Fonte Cabalina,
em Cavaleiros do Amor, foi de acordo com as Letras que o mundo foi criado – e,
qual Arauto, e Autor, António Telmo é por isso o fogo-de-santelmo, «Philosophus
per Ignem» para as quinas de Alquimia. E se ele é, dessarte, o Filho da Viúva,
ele é, outrossim, o Tomé Natanael. Elaborando, e operando, na Arqueologia do
Ser. Tomando a Bíblia, sobretudo, como ofício, o exercício das metáforas – e
esse o múnus, o Nume, da Palavra perdida, da hermética irmandade dos Amigos da
Luz. Fazendo, como vimos, do Poeta um «Bateleur». Pois acrobata, pelotiqueiro
ou saltimbanco, é a lâmina prima do Tarot de Marselha. O Iniciado, ou o Mago,
aquele que, com a língua, aquele que se dedica aos jogos malabares. Que o
Mistagogo, e o Poeta, ele é sempre, ele é sempre, um prestidigitador. Aquele
que, no jogo, em ludíbrio da mente, aquele que transmuta a verdade em mentira e
a mentira em verdade, o cultor, o místico e mistificador. «Arte Poética»,
dedicado, formalmente, ao Álvaro Ribeiro, data, portanto, de 1963, e é o
«liber» primeiro do nosso Criacionista. Elaborado nas «Sephiroth», na árvore
das cifras, ou safiras desse modo – e não remembras, ó ledor, a esfera e o
«Sfairos» parmenidiano??? Para bem ser aprendida, e compreendida dessarte, urge
bem que esta Lira, já escrita em «Shekinah», seja tomada como estética, e
poética, Filosofia. Um pouco como o fazia, professando e proferindo, Agostinho
Maldonado, nos anos 70. Imitando o que operava, falante e aflante, o feraz Leão
Hebreu, o médico e Filósofo Judah Abravanel. Ou em tópicos e tropos camonianos,
adorando o Deus menino por cuja potestade os deuses descem à terra, os homens
sobem, selectos, ao Céu. Considerando, por isso mesmo, e siderando, as três
mais claras, e preclaras, expressões do Cristismo, em terras de Luso, são o
Mosteiro, dessarte, de Santa Maria de Belém, «Os Lusíadas» da Luz e o paládio
«São Paulo», do Teixeira de Pascoaes. Bem longe e distante, deveras, da feira
de vaidades que é o mundo literário Portugalaico. Pois importa, em «Shekinah»,
importa, aqui, o proferir: se o bétilo, «Omphalos», se o bétilo, na Pítia,
clama por Beth, a «Casa de Deus», ou «Beth-El», se tornou, Cristiana, em
«Beth-Lehem», em Belém, ou na «Casa do Pão». Que inicial, iniciática, da
palavra «Barukh» ( bendito seja Ele ), a letra «Beth» é o começo de
«Bereshith», ou «no princípio», a primeira palavra do Antigo Testamento. Ou
especulando, em estupor, e estupefacto: em demanda, ou na questa, de um sófico
centro, o ministério mais alto do magistério Portugal, ele é ser, ele é ser, um
construtor de Catedrais. Não já no fundo e fundamento, mas em preste
Firmamento. Ou dizendo, e eduzindo, por vocábulos outros: em frutífera
«Efrata», o antigo, avito nome da cidade «Betel» foi a «Luza», Lusa gente, ou
gente lusitana. Sempre aliando, na Casa de Deus, sempre aliando, e ligando, a
terra com o Céu. A Maia ao Pater, afinal. De tal modo que assertamos: se a
terra é fértil, de facto, e se chove, deveras, ora urge que os Magos já voltem
a Belém.
II
Se Lusitânia, por isso, é citânia de Luz, trataremos, aqui, do génio
poético do mundo ocidental: não é dessarte, António Telmo, ciência fácil nem
fútil. Pois ao falarmos do Tarot, falaremos da Torah – e proferindo nós o
naipe, o «naib» ou «naibbe», professamos nós ora o Vidente e o «nabî». Pois
consequente à expulsão dos Judeus da antiga Espanha, a diáspora sefardita
difundiu, e defendeu, o alado «Liber Mundi». E ora basta e ora bonda. Pois
«nomina numina» diremos nós ora: foi nado, António Telmo, em Almeida, a 2 de
Maio de 1927. E significa, o nome António, «valoroso» ou «valioso». A abrir sua
«persona», corresponde, a letra «A», ao «Aleph» dos patriarcas, e significa,
esse «Aleph», o «Touro», o signo precisamente do nosso caro Filósofo. Pois se o
chifre do Touro é o crescente lunar, simboliza «Aleph» a Lua em sua prima
semana; se Vénus tem, seu domicílio nocturno, no signo taurino, a Lua está nele
em altar exaltação. E sabe-se, na Simbologia, que o Touro, ou bovino,
representa os deuses celestes nas religiões e nos cultos indo-mediterrânicos.
Que o «Taurus» é símbolo da força, e potência criadoras, ele a-presenta, ou
re-apresenta, as forças elementares do sexo e do sangue. Pois a partir, na
História, do terceiro milénio antes de Cristo, o El era o deus Touro, sob a
forma, formal, da estatueta de bronze; fixada na ponta de um Pau ou duma Vara,
essa estátua é similar à do feraz Bezerro de Ouro. Ou pra aplicarmos, aqui, a
Cabala fonética: o «Stauros» dos gnósticos era a Cruz, dessarte, e o Tau dos
Patriarcas. E querendo ir até ao imo da ciência de Pitágoras, a Kabbalah é
florescência da Linguagem dos Pássaros. Que o Poeta é a chave, o Poeta é qual a
ave que as portas nos abre. Pois seguindo e segundo o nosso Livro de Thoth,
nasceu, António Telmo, sob o Touro, cognato, e segundo decanato. Quer isto
indicar, indiciar, assinalar: um homem com um cinto, e com uma chave na mão
direita, a dignidade, a nobreza, o poder e o domínio. O domínio, a força,
afinal, duma Arte Real. Já o «A», de que falámos atrás, significa a
independência, a curiosidade e a coragem – e o poder, iniciando, do mandamento
e do mando. E na primeira consoante do nome de «António», tipifica, o nosso
«N», a imaginação, criatividade, e o cunho inspirador. Que o nascido, alfim, no
dia 2, é qual harmónica «persona», ele é sensível, emotivo, e não gosta de
discórdias. Fortemente afectuoso, ele ama as Musas, a dança, e o ritmo em
geral. Pois importante, e marcante, é o facto seguinte: nos primeiros dias de
Maio, concelebra, o povo Luso, a festa das Maias, as Maias promotoras das Artes
maiêutas. Se dedica, o mês de Maio, a Vulcano ou Apolo, Apolo consorciado com a
Maia mulher. Se o maior é o magno e portanto o maioral, bem magíster, e mágica,
é nossa majestade. E qual o magistério??? Se nascer no quinto mês dá origem,
lilial, a uma certa instabilidade, 1927, agora, é como segue: 1 + 9 + 2 + 7 =
19 – e 1 + 9 = 10, e 1 + 0 = 1. É o signo da Palingenesia, reencarnação, e da
Nova Renascença; ela plasma e ela marca a senectude do Sénior. O Arcano do Sol
alumiando, iluminando, o ministério menestrel. Ratificando, inicial, e
rectificando, no «Dharma», indicaremos, em Telmo: 2 + 5 = 7: é o número,
deveras, das Artes Liberais e dos dias da semana; se isso é sagrado, o secreto
e o segredo, é vista aqui, a sabatina, qual a messe e a missão.
Professoral, a missão, dos Poetas maiêutas. E ora sus, avante, e mais ânimo
e Alma para a nossa viagem: pois somando, agora, os dígitos, eis a safra, e
pois a cifra, do prestidigitador: 2 + 5 + 1 + 9 + 2 + 7 = 26. E 1927 + 7 =
1934; e concluindo, no conto, 1 + 9 + 3 + 4 = 17, o Arcano e arcaico da
estética Estrela. Quer num, quer noutro caso, para o Filósofo António Telmo, o
8 é dessarte o Caminho da Vida, é pois o Karma, de facto. Ou cotejando aqui a
causa com António de Macedo: foi nado e nascido, o homónimo do Telmo, a 05/ 07/
1931: e 1931 + 5 + 7 = 1931 + 12 = 1943: e 1 + 9 + 4 + 3 = 17; e, como sói aqui
dizer-se, voam juntas e conjuntas, as aves, liliais, da mesma plumagem. Para
António Telmo Carvalho Vitorino, o 8 é portanto o número do Destino – e é a
Força da Justiça, e a Estrela está com ele em correlação. Simboliza, a
lemniscata, a Rosa dos Ventos e a liderança, a Autoridade, do Autor, e o poder
material. São as provas, desafios e a transmutação – e a verve da Kabbalah, e a
Caaba como símbolo da Pedra e do Cubo. Mas característica, e
carácter, da estética Estrela, é o prospectivismo, professor, e o espírito
visionário. O imaginal, dos magistas, a «imago» aplicada à poética razão. Pois
liberta, ou liberada, dos instintos e pulsões, realiza-se, a Estrela, no
estésico da Esperança e no Fogo do Espírito. Por a Poesia, afinal, como a cura,
visionada, e o estado de Graça. E sendo vista, a Psicologia, como a fala da
Alma e a Fonte Cabalina – e eis a Luz e a Lira, eis a «lectio», lição, do
Álvaro Ribeiro.
Por limitações, na lida, de espaço, terminaremos ora. Não sem antes
indicarmos, sinaleiro, e assinalarmos: o número pessoal, ou da Personalidade,
de António Telmo Carvalho Vitorino, ele é, dessarte, o 22 – ele em nova,
numinosa, é chamado Número Mestre. Significativa, apelativa, oblativa
coincidência: é o Número do Destino de Signund Freud, o frutuoso; do Destino é
o Nume, em vida sana, de António Manuel Couto Viana. É o Caminho de Vida,
outrossim, de Annie Besant, a Teósofa. É o Caminho, preclaro, de Pierre Janet –
e é o Karma, na via, de George Agostinho Baptista da Silva. Para Mário Máximo,
outrossim, 19 + 9 + 1956 = 1984, e 1 + 9 + 8 + 4 = 22. São 22 os capítulos do
feraz Apocalipse, 22 as letras do alfabeto hebraico – e 22, argonautas, e em
conteúdo, os Arcanos Maiores do Livro do Mundo. Eis a cifra, em «Sephiroth», do
grande apostolado, do Génio, engenhoso, e Construtor de Catedrais. Que ele é
«Nabî», o Visionário, e labora, liberal, para toda a Humanidade. Por isso
aduziremos, mensurando a mente nossa: vamos todos, com Telmo, até ao novo
Tabernáculo. Ou vamos ora, simplesmente, aprender a dançar.
Queluz, 05/ 02/ 2014 – Queluz, 17/ 04/ 2017
PAULO JORGE BRITO E ABREU
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Símbolo da HIAL

Hermética Irmandade dos Amigos da Luz
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